Chairs: Helena Bernardes Machado e Valentina Matarazzo Falcão
A Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW) é uma comissão do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), dedicada à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres em âmbito global. Estabelecida em 1946, a CSW é fundamental na formulação de normas e políticas internacionais voltadas ao avanço dos direitos das mulheres. Neste ano, a comissão concentrará seus debates em dois tópicos significativos: Combatendo o Viés da Inteligência Artificial para Reduzir a Desigualdade de Gênero na Tecnologia e Enfrentando a Disparidade de Gênero na Pesquisa Médica e no Desenvolvimento de Medicamentos. Por meio dessas discussões, a CSW busca revelar e desafiar os vieses incorporados nas tecnologias emergentes, garantindo que as mulheres tenham oportunidades equitativas no setor tecnológico.
A inteligência artificial tem o potencial de transformar todas as indústrias, mas os sistemas de IA frequentemente refletem e perpetuam os preconceitos sociais, incluindo as disparidades de gênero. Combater o viés da IA para reduzir a desigualdade de gênero na tecnologia é essencial para garantir justiça e inclusão. Este tópico abordará como os vieses surgem na coleta de dados, no design de algoritmos e nos modelos de aprendizado de máquina, muitas vezes resultando em consequências discriminatórias que afetam desproporcionalmente as mulheres. As estratégias para enfrentar esses vieses incluem melhorar a diversidade dos conjuntos de dados, envolver mais mulheres na pesquisa e no desenvolvimento de IA e estabelecer padrões éticos e regulamentações que promovam a igualdade de gênero nos avanços tecnológicos. Ao promover a conscientização e implementar práticas inclusivas, a indústria da tecnologia pode ajudar a construir sistemas de IA que empoderem as mulheres, conduzindo a um futuro digital mais equilibrado e justo.
A disparidade de gênero na pesquisa médica e no desenvolvimento de medicamentos tem, há muito tempo, contribuído para resultados desiguais na área da saúde, já que as mulheres historicamente foram sub-representadas em estudos clínicos e testes de medicamentos. Enfrentar essa questão envolve reconhecer como as diferenças biológicas e sociais impactam a saúde e garantir que as mulheres tenham acesso completo aos avanços médicos. Este tópico explora as formas pelas quais a pesquisa médica excluiu ou negligenciou participantes do sexo feminino e como essa falta de representatividade levou a diagnósticos incorretos, tratamentos inadequados e medicamentos que podem não ser eficazes para mulheres. Para reduzir essa desigualdade, estratégias essenciais incluem a exigência de participação equitativa em ensaios clínicos, o financiamento de pesquisas específicas para a saúde da mulher e a conscientização entre os profissionais de saúde para garantir que as necessidades médicas femininas sejam devidamente consideradas. Ao adotar uma abordagem mais inclusiva na pesquisa e desenvolvimento, podemos promover a equidade na saúde e oferecer soluções médicas melhores para todos.